XVIII- Morte



Todos os homens são marcados pela finitude, de vez que, em consequência do pecado, a morte se estende a todos.1 A Palavra de Deus assegura a continuidade da consciência e da identidade pessoais após a morte, bem como a necessidade de todos os homens aceitarem a graça de Deus em Cristo enquanto estão neste mundo.2 Com a morte está definido o destino eterno de cada homem.3 Pela fé nos méritos do sacrifício substitutivo de Cristo na cruz, a morte do crente deixa de ser tragédia, pois ela o transporta para um estado de completa e constante felicidade na presença de Deus. A esse estado de felicidade as Escrituras chamam “dormir no Senhor”.4 Os incrédulos e impenitentes entram, a partir da morte, num estado de separação definitiva de Deus.5 Na Palavra de Deus encontramos claramente expressa a proibição divina da busca de contato com os mortos, bem como a negação da eficácia de atos religiosos com relação aos que já morreram.6

1 Rm 5.12; 1Co 15.21-26; Hb 9.27; Tg 4.14
2 Lc 16.19-31; Hb 9.27
3 Lc 16.19-31; 23.39-46; Hb 9.27
4 Rm 5.6-11; 14.7-9; 1Co 15.18-20; 2Co 5.14,15; Fp 1.21-23; 1Ts 4.13-17; 2Tm 2.11
5 Lc 16.19-31; Jo 5.28,29
6 Ex 22.18; Lv 19.31; 20.6,27; Dt 18.10; 1Cr 10.13; Is 8.19; Jo 3.18
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CONFISSÃO DE FÉ WALDENSE - 1120 dC.
  1. Cremos e mantemos firmemente tudo o que está contido nos doze artigos do símbolo comumente chamado de Credo Apostólico, e consideramos herética qualquer inconsistência com eles.
  2. Cremos que há um só Deus - o Pai, Filho e Espírito Santo.
  3. Reconhecemos como Escrituras Sagradas e canônicas os livros da Bíblia Sagrada.
  4. Os livros acima mencionados nos ensinam: que há um DEUS, todo-poderoso, ilimitado em sabedoria, infinito em bondade, e que, em Sua bondade, fez todas as coisas. Porque Ele criou Adão à Sua própria imagem e semelhança. No entanto, por causa da inimizade do diabo e sua própria desobediência, Adão caiu, o pecado entrou no mundo, e nos tornamos transgressores em e por Adão.
  5. Cremos que Cristo havia sido prometido aos pais que receberam a lei, a fim de que, conhecendo seu pecado pela lei, e sua injustiça e insuficiência, pudessem desejar a vinda de Cristo para realizar a satisfação por seus pecados, e cumprir a Lei por Ele mesmo.
  6. Cremos que no tempo determinado pelo Pai, Cristo nasceu - em um tempo em que abundava a iniqüidade, para manifestar que não era devido à nossa bondade, porque éramos pecadores, mas para que Ele, que é verdadeiro pudesse mostrar Sua graça e misericórdia a nós.
  7. Que Cristo é nossa vida, verdade, paz e justiça - nosso pastor e advogado, nosso sacrifício e sacerdote, quem morreu pela salvação de todo aquele que crê, e que ressuscitou para a justificação deles.
  8. E também cremos firmemente que não há outro mediador, ou advogado para com Deus o Pai senão Jesus Cristo. Com respeito à Virgem Maria, ela era santa, humilde e plena de graça; e isto também cremos com relação a todos os outros santos, que estão esperando no céu a ressurreição de seus corpos no dia do juízo.
  9. Cremos também que, depois desta vida, existem apenas dois lugares - um para os que são salvos e outro para os condenados, os quais chamamos paraíso e inferno, respectivamente. Negamos por completo o purgatório imaginário do Anticristo, inventado para se opor à verdade.
  10. Ademais, sempre temos considerado todas as invenções [em matéria de religião] como uma abominação indizível diante de Deus; citamos os dias festivos e vigílias dos santos, a chamada "água benta", o abster-se de carnes em certos dias e outras coisas parecidas; porém, sobre tudo isso, citamos as missas.
  11. Mantemo-nos contra todas as invenções humanas, como procedentes do Anticristo, as quais produzem angústia e são prejudiciais para a liberdade da mente. [Provavelmente aqui temos uma alusão às penitências e práticas ascéticas - nota da versão espanhola]
  12. Consideramos os Sacramentos como sinais das coisas santas ou como emblemas das bênçãos invisíveis. Cremos que justo e também necessário que os crentes se utilizem desses símbolos ou formas, quando possível. No entanto, sustentamos que os crentes podem ser salvos sem esses sinais, quando não dispõem do lugar ou da oportunidade de observá-los.
  13. Não aprovamos outros sacramentos [como instrução divina], à parte do Batismo e da Ceia do Senhor.
  14. Honramos os poderes seculares, com sujeição, obediência, prontidão e impostos.
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O CREDO DE LUTERO - 1530 dC.

Creio em Deus, que criou a mim e a todas as criaturas, que me deu e que sustenta meu corpo com todos os seus membros e meu espírito com todas as suas faculdades; que me provê abundantemente alimento diário, vestimenta, habitação e tudo o que é necessário para a vida. Que me ampara contra todo perigo e me protege e guarda de todo o mal; e tudo isso o faz sem qualquer mérito ou dignidade de minha parte, mas por sua pura bondade e sua divina misericórdia. E isto é, com toda certeza, a verdade.

Creio em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que é meu Senhor. Que remiu a mim, perdido e condenado, libertando-me do pecado, da morte e do poder do maligno, não com ouro ou prata, mas com seu sangue e com seu sofrimento e pela sua morte inocente, para que lhe pertença para sempre e viva uma vida nova com Ele mesmo, que ressuscitado dentre os mortos, vive e reina eternamente. E isto é, com toda certeza, a verdade.

Creio que o Espírito Santo me chama pelo Evangelho, me ilumina com seus dons, me santifica, me mantém na verdadeira fé e na Igreja que Ele congrega de dia em dia. É Ele também quem perdoa plenamente meus pecados, assim como aos de todos os que crêem. É Ele quem, no ultimo dia, me ressuscitará dentre os mortos e me dará, com todos os fiéis em Cristo, a vida eterna. E isto é, com toda certeza, a verdade.
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CONFISSÃO DE FÉ DA GUANABARA - 1558 dC.
XVII. Quanto aos mortos, São Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, no capítulo quatro, nos proíbe entristecer-nos por eles, porque isto convém aos pagãos, que não têm esperança alguma de ressuscitar. O apóstolo não manda e nem ensina orar por eles, o que não teria esquecido se fosse conveniente. S. Agostinho, sobre o Salmo 48, diz que os espíritos dos mortos recebem conforme o que tiverem feito durante a vida; que se nada fizeram, estando vivos, nada recebem, estando mortos.
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CONFISSÃO DE FÉ ESCOCESA - 1560 dC.
17º CAPÍTULO
Da Imortalidade das Almas
Os escolhidos, que partiram, estão em paz e descansam de seus trabalhos;1 não que durmam e estejam perdidos no esquecimento, como sustentam alguns fantasistas, mas porque foram libertados de todo medo, de tormentos, e de toda tentação, coisas a que nós e todos os escolhidos de Deus nesta vida estamos sujeitos.2 Por isso a Igreja é chamada Militante. Por outro lado, os réprobos e infiéis falecidos padecem angústia, tormentos e penas inenarráveis.3 Nem estes nem aqueles se encontram em tal sono que os impeça de sentir em que situação estejam, como claramente atestam a parábola de Jesus Cristo em São Lucas 16,4 as suas próprias palavras na cruz ao ladrão5 e o clamor das almas, sob o altar:6 "Senhor, que és justo e imparcial, até quando deixarás sem vingança o nosso sangue entre os habitantes da terra?"

1. Ap 14:13.

2. Is 25:8; Ap 7:14-17; 21:4.

3. Ap 16:10-11; Is 66:24; Mc 9:44,46,48.

4. Lc 16:23-26.

5. Lc 23:43.

6. Ap 6:9-10.