Declaração do Ministério Ligonier sobre Cristologia

O Verbo Se Fez Carne

Declaração do Ministério Ligonier sobre Cristologia




O Verbo se Fez Carne: Declaração do Ministério Ligonier sobre Cristologia
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Publicado pelo Ministério Ligonier
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Primeira edição
Todas as citações bíblicas, salvo indicação contrária, foram extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada, publicada no Brasil com todos os direitos reservados pela Sociedade Bíblica do Brasil.



Prefácio


Quem é Jesus? Quase toda pessoa adulta já formou alguma opinião sobre Jesus. Essas opiniões podem ser superficiais, desinformadas ou totalmente heréticas. A verdade sobre Jesus, não a mera opinião, é importante… e é eternamente importante.

Aqueles que carregam o nome de cristão professam seguir a Cristo como seus discípulos. Eles dispõem de uma cristologia – uma doutrina de Cristo – que reflete a visão que têm de Cristo. Essa cristologia poderá ser articulada de modo implícito ou explícito. Ela poderá refletir a profundidade da revelação bíblica e da reflexão cristã histórica sobre as Escrituras ou poderá ser uma inovação sem ligação com a Palavra de Deus. Mas nenhum cristão professo não possui uma cristologia.

Como seguir a Cristo é central ao cristianismo, a Igreja trabalhou por séculos para proclamar o Cristo da história e da Escritura, não o Cristo de nossas imaginações. Em declarações de fé históricas, como o Credo de Nicéia, a Definição de Calcedônia, o Catecismo de Heidelberg e a Confissão de Fé de Westminster, cristãos têm articulado o ensino bíblico sobre Cristo.

Atualmente, essas declarações são frequentemente negligenciadas e mal compreendidas, o que resulta em uma confusão generalizada sobre a pessoa e obra de Cristo. Para a glória de Cristo e a edificação de seu povo, a Declaração do Ministério Ligonier sobre Cristologia busca resumir a cristologia histórica, ortodoxa e bíblica da Igreja cristã em uma forma que é simples de confessar, útil no ensino da fé duradora da Igreja e capaz de servir como uma confissão comum que poderá ser usada para crentes de diferentes igrejas se unirem em missão. Essa declaração não é um substituto para os credos e confissões históricas da Igreja, mas um complemento que articula o ensino coletivo dos credos e confissões sobre quem Cristo é e o que ele realizou. Que Cristo a use para o seu Reino.

No nome do Filho encarnado de Deus, nosso Profeta, Sacerdote e Rei,

R. C. Sproul


Declaração



Confessamos o mistério e a maravilha
de Deus feito carne
e nos regozijamos na nossa grande salvação
por meio de Jesus Cristo nosso Senhor.
Com o Pai e o Espírito Santo,
o Filho criou todas as coisas,
sustenta todas as coisas,
e faz novas todas as coisas.
Verdadeiro Deus,
tornou-se verdadeiro homem,
duas naturezas em uma pessoa.
Nasceu da Virgem Maria
e viveu entre nós.
Foi crucificado, morto e sepultado,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu ao céu
e virá novamente
em glória e juízo.

Por nós,
Ele guardou a Lei,
expiou o pecado
e satisfez a ira de Deus.
Ele levou nossos trapos imundos
e nos deu
seu manto de justiça.
Ele é o nosso Profeta, Sacerdote e Rei,
edificando sua igreja,
intercedendo por nós,
e reinando sobre todas as coisas.
Jesus Cristo é o Senhor;
nós louvamos o seu santo Nome para sempre.
Amém.




Afirmações e Negações

Com Comprovações da Escritura



ARTIGO 1
AFIRMAMOS que Jesus Cristo é a encarnação na história do eterno Verbo ou Logos de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade.[1]
NEGAMOS que Jesus tenha sido um simples homem ou uma criação fictícia da Igreja cristã primitiva.

ARTIGO 2
AFIRMAMOS que a natureza divina de Jesus é consubstancial (homoousios) e, portanto, coigual e coeterna com o Pai e o Espírito Santo.[2]
NEGAMOS que Jesus seja apenas “como Deus” (homoiousios) ou que ele simplesmente tenha sido “adotado” pelo Pai como seu Filho.

ARTIGO 3
AFIRMAMOS, com os Credos de Nicéia e Calcedônia, que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, duas naturezas unidas em uma pessoa divina.[3]
NEGAMOS que Jesus apenas parecia ser humano e negamos que Jesus seja, em qualquer sentido, menor que Deus.

ARTIGO 4
AFIRMAMOS, com o Credo de Calcedônia, que as duas naturezas de Cristo estão unidas em sua única e divina pessoa, sem mistura, confusão, divisão ou separação, com ambas as naturezas mantendo seus próprios atributos.[4]
NEGAMOS que distinguir entre as duas naturezas seja separá-las.

ARTIGO 5
AFIRMAMOS a união hipostática, que na encarnação, as naturezas divina e humana mantêm seus próprios atributos e permanecem intactas.[5]
NEGAMOS que a natureza humana de Jesus tenha tido atributos divinos; negamos que a natureza divina tenha comunicado atributos divinos à natureza humana; e negamos que Jesus tenha deixado de lado ou abandonado qualquer de seus atributos divinos, quando “esvaziou-se” a si mesmo na encarnação.

ARTIGO 6
AFIRMAMOS que Jesus é a perfeita e suprema imagem de Deus, e que ser verdadeiramente humano é ser conformado à sua imagem.[6]
NEGAMOS que a natureza humana de Jesus era a de um mero fantasma ou que apenas “parecia” ser de carne e osso (docetismo).

ARTIGO 7
AFIRMAMOS que, como verdadeiro homem, Cristo possui todas as limitações naturais e fraquezas comuns da natureza humana e que ele é como nós em todos os aspectos, exceto em relação ao pecado.[7]
NEGAMOS que Jesus pecou e negamos qualquer visão que defenda que Jesus não experimentou verdadeiramente a privação, a tentação e o sofrimento. Negamos também que o pecado seja inerente à verdadeira humanidade ou que a ausência de pecado em Jesus seja incompatível com o fato de ele ser verdadeiramente humano.

ARTIGO 8
AFIRMAMOS que o Jesus histórico foi, em sua humanidade, pelo poder do Espírito Santo, miraculosamente concebido da substância da Virgem Maria e nascido dela.[8]
NEGAMOS que Jesus tenha recebido sua natureza divina de Maria ou que sua impecabilidade tenha sido de algum modo derivada dela.

ARTIGO 9
AFIRMAMOS que Jesus é o segundo ou novo Adão, que triunfou em sua tarefa em todos os pontos em que o primeiro Adão falhou.[9]
NEGAMOS que Jesus tenha herdado de Adão os efeitos ou as consequências da queda de Adão ou que tenha tido em sua humanidade a corrupção do pecado original.

ARTIGO 10
AFIRMAMOS que Jesus cumpriu plenamente as exigências da lei, tanto em sua obediência ativa como em sua obediência passiva, e que ele suportou o castigo por nosso pecado por meio de sua vida sem pecado e sua morte na cruz.[10]
NEGAMOS que Jesus, em qualquer momento, tenha falhado em obedecer à lei de Deus ou a tenha abandonado.

ARTIGO 11
AFIRMAMOS que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens.[11]
NEGAMOS que Deus tenha tido ou vá ter quaisquer outras encarnações ou que haja ou haverá quaisquer outros mediadores humanos da redenção além do Senhor Jesus Cristo. Negamos igualmente qualquer outro meio de salvação exceto Cristo.

ARTIGO 12
AFIRMAMOS que, na cruz, Jesus realizou uma expiação substitutiva pelo pecado, satisfazendo a ira e a justiça de Deus.[12]
NEGAMOS que a morte de Jesus tenha sido apenas um exemplo, ou meramente uma vitória sobre Satanás ou um pagamento de um resgate a ele.

ARTIGO 13
AFIRMAMOS que por causa da vida de obediência e morte de Cristo, nosso pecado é imputado a ele e sua justiça é imputada a nós pela fé.[13]
NEGAMOS que o nosso pecado seja meramente ignorado ou deixado impune e também negamos que a justiça de Cristo não seja imputada a nós.

ARTIGO 14
AFIRMAMOS a doutrina da justificação pela fé somente, em que um pecador é declarado justo diante de Deus somente pela fé, somente na pessoa e obra de Cristo, independente de quaisquer obras ou mérito pessoal. Afirmamos igualmente que negar a doutrina da justificação somente pela fé é negar o evangelho.[14]
NEGAMOS que sejamos justificados com base em qualquer infusão da graça em nós; que sejamos justificados apenas após nos tornarmos inerentemente justos em nós mesmos; ou que qualquer justificação futura será baseada em nossa fidelidade.

ARTIGO 15
AFIRMAMOS que ao terceiro dia Jesus ressuscitou dos mortos por nossa justificação e que ele foi visto em carne por muitos.[15]
NEGAMOS que ele tenha simplesmente parecido morrer, que somente o seu espírito tenha sobrevivido ou que sua ressurreição tenha ocorrido apenas nos corações dos seus seguidores.

ARTIGO 16
AFIRMAMOS que Jesus é as primícias da ressurreição, que ele venceu tanto o pecado quanto a morte e que nós também ressurgiremos em novidade de vida.[16]
NEGAMOS que o corpo ressurreto e glorificado de Jesus tenha sido um corpo totalmente novo e diferente daquele que foi colocado no túmulo do jardim e negamos ainda que a nossa ressurreição seja apenas uma realidade espiritual ou simbólica.

ARTIGO 17
AFIRMAMOS que Jesus ascendeu a seu trono celestial à destra de Deus Pai, que ele está atualmente reinando como rei e que ele voltará visivelmente em poder e glória.[17]
NEGAMOS que Jesus tenha se enganado sobre seu retorno ou que seu reinado tenha sido adiado para algum período futuro no tempo.

ARTIGO 18
AFIRMAMOS que Jesus derramou o seu Espírito no dia de Pentecostes, que em sua presente sessão Jesus está edificando a sua Igreja, da qual ele é a suprema cabeça e único rei.[18]
NEGAMOS que Jesus tenha designado o bispo de Roma para ser o seu substituto e que qualquer pessoa que não seja Jesus Cristo possa ser a cabeça ou o rei da igreja.
  
ARTIGO 19
AFIRMAMOS o papel mediador de Jesus como Profeta, Sacerdote e Rei (munus triplex).[19]
NEGAMOS que a obra de Jesus possa ser reduzida apenas aos ofícios de Profeta, Sacerdote ou Rei.

ARTIGO 20
AFIRMAMOS que, como Profeta, Jesus proclamou a vontade de Deus, profetizou eventos futuros, e é, em si mesmo, o cumprimento das promessas de Deus.[20]
NEGAMOS que Jesus tenha alguma vez proferido uma falsa profecia ou uma palavra falsa, ou que ele tenha falhado ou vá falhar no cumprimento de todas as profecias referentes si mesmo.

ARTIGO 21
AFIRMAMOS que Jesus é o nosso Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, oferecendo o perfeito sacrifício em nosso lugar e continuando a interceder por nós diante do Pai.[21]
NEGAMOS que Jesus, sendo da tribo de Judá e não da tribo de Levi, seja desqualificado para servir como nosso sacerdote; negamos que Cristo, como vítima e sacerdote, continuamente se ofereça como sacrifício na missa; e negamos ainda que Cristo tenha se tornado um sacerdote apenas no céu, e não era um sacerdote na terra.

ARTIGO 22
AFIRMAMOS que como Rei, Jesus reina supremo sobre todos os poderes terrenos e sobrenaturais agora e para sempre.[22]
NEGAMOS que o reino de Jesus tenha sido meramente um reino político deste mundo, e negamos que todos os governantes terrenos não sejam, em última instância, responsáveis ​​perante ele.
  
ARTIGO 23
AFIRMAMOS que Jesus Cristo voltará em glória para julgar todos os povos e, finalmente, aniquilar todos os seus inimigos, destruir a morte e inaugurar novos céus e nova terra, onde a justiça reinará.[23]
NEGAMOS que seu retorno final tenha ocorrido em 70 d.C. e que a sua vinda e os eventos concomitantes a ela devam ser vistos apenas simbolicamente.

ARTIGO 24
AFIRMAMOS que aqueles que creem no nome de Jesus serão recebidos em seu reino eterno, mas aqueles que não creem em Jesus sofrerão punição eterna e consciente no inferno. [24]
NEGAMOS que no final todos serão salvos (universalismo); negamos ainda que aqueles que morrem sem fé em Cristo serão completamente destruídos (aniquilacionismo).

ARTIGO 25
AFIRMAMOS que quando Jesus tiver vencido todos os seus inimigos, entregará seu reino ao Pai; que, nos novos céus e na nova terra, Deus será tudo em todos; e que os crentes verão Cristo face a face, serão como ele, e desfrutarão dele para sempre.[25]
NEGAMOS que este estado futuro seja apenas espiritual ou meramente simbólico, ou que haja qualquer outra esperança para a humanidade ou qualquer nome ou maneira em que a salvação possa ser encontrada, exceto em Jesus Cristo somente.


Ensaio explicativo

com sugestões para uso

Um dia toda a terra irá ressoar com uma única confissão: “Jesus Cristo é o Senhor” (Fp 2:11). Essa curta frase é cheia de significado. Dizer que Jesus é o Cristo é dizer que ele é o “Ungido”. É dizer que ele é o tão esperado Messias prometido. Dizer que Jesus Cristo é o Senhor é dizer que ele é verdadeiro Deus de verdadeiro Deus. A encarnação é a maravilha das maravilhas, um mistério surpreendente. Deus se fez carne. Até mesmo chamá-lo de Jesus é dizer que ele é o único Salvador. Ele veio ao mundo com a missão de salvar seu povo dos seus pecados (Mateus 1:21).

“Jesus Cristo é o Senhor” é um credo – uma breve declaração de fé. Esse curto credo declara o que cremos sobre Cristo. Alguns acreditam que 1 Timóteo 3:16 seja também um credo. Duas razões apontam para isso. Primeiro, Paulo diz o seguinte: “evidentemente”, termo no original que denota algo que todos professam sem dúvida ou controvérsia. Segundo, o verso é expresso de forma rítmica e poética, formando uma um breve resumo do Cristo encarnado:

“Aquele que se manifestou em carne,
foi justificado em espírito,
visto dos anjos,
pregado entre os gentios,
crido no mundo,
e recebido acima na glória”. (1 Timóteo 3:16)

O padrão bíblico é importante. Quando a Igreja primitiva convocou concílios e produziu credos, eles não criaram um novo método de confessar a fé. Eles deram continuidade a uma tradição estabelecida biblicamente.

À medida que surgiam os desafios, a Igreja se posicionava. Além disso, muitos acreditam que as necessidades litúrgicas ou o desejo por um culto puro também incentivou a Igreja a escrever credos. Isso é especialmente verdade em relação à doutrina de Cristo. A verdade essencial sobre a pessoa e a obra de Jesus foi a característica determinante do cristianismo no decorrer dos séculos.

Os próprios autores do Novo Testamento lutaram contra ideias falsas sobre a identidade e obra de Cristo. Nos primeiros séculos da Igreja, diversos grupos desafiaram a verdadeira humanidade de Cristo. Um grupo, os docetistas, defendia que Jesus só “parecia” humano. Outras heresias, como o arianismo, desafiaram a verdadeira divindade de Cristo. Essas heresias alegavam que ele era menor que o Pai. Grupos posteriores erraram na forma de expressar como as duas naturezas, a verdadeira humanidade e a verdadeira divindade de Cristo, são unidas em sua pessoa única.

A Igreja primitiva respondeu a esses desafios e erros convocando concílios e escrevendo credos que resumiam o ensino da Bíblia sobre as verdades centrais da fé cristã. Esses credos são um rico legado, entregues de uma geração para a outra. Então, atualmente, temos os recursos do Credo Apostólico, do Credo de Nicéia e da Definição de Calcedônia. Esses credos marcam fronteiras, estabelecendo uma clara demarcação entre a ortodoxia e a heresia.

Esses credos serviram para fortalecer a Igreja e, pelo direcionamento da graciosa mão de Deus, levaram os cristãos a proclamarem o evangelho com fidelidade. São recitados agora como um testemunho de seu valor duradouro. Fazem-nos lembrar que Cristo está no centro de nossa teologia e no centro de nosso culto. Esses credos convocam a Igreja para “pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos” (Judas 1:3).

Ainda assim, esses credos somente aludem à obra de Cristo, mas não expõem o evangelho completamente. Uma verdadeira divisão na Igreja visível ocorreu no tempo da Reforma. A obra de Cristo foi o tema central. Mais especificamente, o debate sobre a justificação pela fé somente foi a controvérsia central que desencadeou a Reforma. Naquele momento, a Igreja foi dividida entre o Protestantismo e o Catolicismo Romano. O Protestantismo afirma a doutrina da justificação pela fé somente (sola fide), enquanto o Catolicismo Romano, segundo os decretos do Concílio de Trento, rejeita a doutrina da justificação pela fé somente, optando por ver a justificação como o resultado de uma cooperação entre fé e obras. A Reforma também revelou uma diferença em outra questão: Jesus Cristo como cabeça suprema e única sobre sua Igreja e, na verdade, sobre todas as coisas.

Os Credos Ecumênicos e essas ênfases da Reforma, quando considerados juntos, estabelecem diretrizes para que a Igreja proclame um evangelho biblicamente fiel. Os credos e as diversas confissões e catecismos da Reforma fornecem resumos da fé e trazem clareza à fé e ao Evangelho.

O Verbo se Fez Carne: A Declaração do Ministério Ligonier sobre Cristologia é uma humilde tentativa de oferecer à Igreja desta geração – e, sob a bênção de Deus, às gerações futuras – uma declaração sucinta da pessoa e obra de Cristo baseada nas riquezas do passado, tanto dos Credos Ecumênicos quanto da teologia da Reforma. Talvez essa declaração e os vinte e cinco artigos de afirmação e negação que a acompanham possam servir como catalisador de outras discussões e reflexões sobre essas questões cruciais da cristologia. Talvez a própria declaração se mostre útil para a Igreja. Não foram medidos esforços para que essa declaração fosse adequada para ser recitada publicamente. Queremos que todos os que venham a se deparar com essa declaração saibam que “Jesus Cristo é o Senhor”.

A DECLARAÇÃO

A declaração consiste em seis estrofes ou seções. A primeira serve de prefácio, com dois verbos chaves: confessar e regozijar. Deus revelou a si mesmo e a sua vontade nas páginas das Sagradas Escrituras. Porém, ainda assim, há “coisas secretas” que pertencem somente a ele (Dt 29:29). Precisamos sempre nos lembrar de nossas limitações na tarefa da teologia. Então, nós começamos confessando o mistério e a maravilha do evangelho. O foco primário dessa declaração é a encarnação, que definimos sucintamente com as palavras Deus feito carne. A pessoa de Cristo imediatamente conduz à obra de Cristo, então nós coletivamente regozijamos na obra de Cristo da salvação.

A segunda estrofe enfatiza a verdadeira divindade de Cristo, vendo-o em posição de igualdade entre as pessoas da divindade trina. Essa estrofe termina com a reiteração da fórmula calcedoniana da Definição de Calcedônia. Desde a encarnação, Cristo sempre foi e sempre será duas naturezas em uma pessoa.

A exposição da encarnação ocupa a terceira estrofe, enfatizando a verdadeira humanidade de Cristo. Ele nasceu. Ele é Emanuel, que significa “Deus conosco” (Mt 1:23). Aqui nós confessamos sua morte, sepultamento, ressurreição, ascensão e segunda vinda. Esses são os fatos históricos da encarnação.

Os fatos teológicos da encarnação continuam na quarta seção, baseando-se nas percepções  redescobertas no tempo da Reforma. Para nós, Jesus foi perfeitamente obediente. Ele guardou a Lei (obediência ativa) e pagou a pena da Lei (obediência passiva). Ele foi o cordeiro imaculado, fazendo a expiação substitutiva por nós. Ele solucionou o mais urgente problema que confronta toda a humanidade: a ira do Deus Santo. Essa estrofe termina declarando a doutrina da imputação. Nossos pecados foram imputados, ou contados, em Cristo, enquanto sua justiça foi imputada a nós. Nós temos paz com Deus somente e exclusivamente por causa do que Cristo fez por nós. Estamos revestidos de sua justiça.

O tríplice ofício (munus triplex) de Cristo é uma construção teológica útil que expressa a obra de Cristo de modo sucinto. Os três ofícios de profeta, sacerdote e rei eram funções mediadoras no Antigo Testamento. Jesus combina os três em sua pessoa e exerce-os de modo perfeito. Aqui, não somente refletimos na obra mediadora no passado na cruz, mas também em sua obra atual como nosso intercessor à mão direita do Pai.

A estrofe final afirma a confissão concisa e singular: Jesus Cristo é Senhor. Toda verdadeira teologia conduz à doxologia, ou culto. Ao cultuar a Cristo agora, estamos nos preparando para a nossa obra eterna.

OS VINTE E CINCO ARTIGOS DE AFIRMAÇÃO E NEGAÇÃO

As frases dessa declaração são caminhos para o estudo da cristologia, um convite para explorar as riquezas do ensino bíblico sobre a pessoa e obra de Cristo. Para continuar a nos guiar, vinte e cinco artigos de afirmação e negação foram acrescentados, cada um acompanhado de comprovações da Escritura. Um texto bíblico principal foi escrito por extenso para cada artigo, com outros textos complementares. Esses artigos são cruciais. Eles traçam os limites do ensino bíblico sobre a pessoa e obra de Cristo.

O Artigo 1 serve como um prefácio, afirmando a encarnação. O Artigo 2 afirma a verdadeira divindade de Cristo, enquanto os artigos 3-5 apresentam a cristologia bíblica das duas naturezas. Os Artigos 6-9 apresentam a verdadeira humanidade de Cristo. Os Artigos 10-22 passam da pessoa de Cristo para a obra de Cristo. Começam afirmando as doutrinas da salvação e terminam delineando o tríplice ofício de Cristo. Os Artigos 23-25 passam a tratar de questões relativas à segunda vinda de Cristo e ao estado eterno.

As negações são de extrema importância. Em nossa era de tolerância, negar uma crença é algo fora de moda, mas esses artigos de afirmação e negação não refletem uma presunção orgulhosa. Em vez disso, são oferecidos na esperança de ajudar a Igreja a permanecer dentro das seguras e verdejantes demarcações do ensino bíblico. 2 João 9 afirma: “Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho”. O texto fala de ir além do ensino bíblico de Cristo, de ir além das fronteiras prescritas da cristologia conforme revelada na Palavra de Deus. Como os vinte e cinco artigos desenvolvem as diversas linhas da declaração, os próprios artigos poder levar a uma instrução mais profundo do ensino bíblico sobre Cristo.

Alguns podem, com razão, perguntar se uma nova declaração é mesmo necessária. Essa é uma boa pergunta. Em resposta, oferecemos três razões para essa declaração. Confiamos que ela servirá ao culto e ensino da Igreja em nosso tempo, ao lidar com desafios antigos e atuais. Também confiamos que essa declaração proverá, para aqueles que estão a serviço do evangelho, um meio de identificar aqueles que são verdadeiros parceiros no ministério. Por fim, nós sentimos que a Igreja está prestes a enfrentar tempos desafiadores e confiamos que essa declaração nos lembrará de toda a essência do evangelho – sua beleza, necessidade e urgência. Considere cada um destas razões:

PARA O CULTO E A EDIFICAÇÃO

O Ministério Ligonier humildemente oferece essa declaração à Igreja. Desde os primeiros séculos, cristãos usaram credos na liturgia da Igreja. A esperança é que essa declaração possa servir ao mesmo propósito. Credos podem ser ferramentas úteis de ensino para explorar os vastos horizontes do ensino bíblico. Espera-se também que essa declaração e os vinte e cinco artigos possam ser usados na Igreja como um guia para aprofundamento na exploração e reflexão bíblica. As doutrinas da pessoa e obra de Cristo são essenciais para a identidade e saúde da Igreja. Cada geração da Igreja precisa estudar e afirmar novamente um entendimento ortodoxo da pessoa e obra de Cristo. Confiamos que essa declaração poderá ajudar.

PELA CAUSA DO EVANGELHO

Há um número cada vez maior de movimentos, organizações e igrejas não denominacionais ao redor do mundo — muitos servindo para avançar o evangelho. Às vezes é difícil discernir onde poderá haver parcerias e associações saudáveis. Talvez essa declaração possa servir para identificar irmãos e irmãs em Cristo e para consolidar iniciativas em comum pelo evangelho.

PARA UM TEMPO COMO ESTE

Na cidade universitária de Oxford está o Monumento ao Mártir, comemorando o sacrifício feito por diversos Reformadores na Grã-Bretanha, como Thomas Cranmer, Nicholas Ridley e Hugh Latimer. É dito que eles entregaram seus corpos para serem queimados em testemunho das verdades sagradas que afirmaram e conservaram contra os erros da Igreja de Roma e regozijando que lhes fora concedido não somente crer em Cristo, como também padecer por ele.

Eles creram, afirmaram e conservaram as verdades sagradas do evangelho de Jesus Cristo. Ao testemunharam essas verdades, eles proclamaram, defenderam e até sofreram por elas. Muitos, no decorrer dos séculos, se uniram a esses Reformadores. Grande parte da Igreja no mundo ocidental moderno tem desfrutado de liberdade religiosa. Quanto tempo isso irá durar pode estar em jogo. Esta geração ou as gerações porvir podem ser chamadas a sofrer por crer em Cristo. Não é sábio estar despreparado e também não é sábio deixar a próxima geração despreparada.

De fato, as verdades referentes à pessoa e obra de Cristo são dignas de serem cridas, afirmadas, conservadas e de sofrermos por elas. Em Cristo está a vida.

Houve um momento na vida terrena de Cristo em que todas as multidões o abandonaram e ele foi deixado com o seu grupo de discípulos. Ele perguntou se estes iriam abandoná-lo também. Pedro falou em nome do grupo: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus” (Jo 6:68-69). Algum tempo depois, um dos Doze teve as suas dúvidas. Jesus tinha sido crucificado e sepultado. Havia um testemunho da sua ressurreição, mas Tomé duvidou. Então Jesus apareceu a Tomé. Ele tocou nas feridas de Cristo, as feridas que ele sofreu por nossos pecados. Tomé confessou, “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20:28).
Assim cremos. Assim confessamos.




[1] “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. (Jo 1:1,14). Veja também Sl 110:1; Mt 3:17; 8:29; 16:16; Mc 1:1, 11; 15:39; Lc 22:70; Jo 10:30; 14:1; 20:28; Gl 4:4; Fp 2:6; Cl 2:9; Hb 5:7; 1Jo 5:20.
[2] “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. (Mt 28:19). Veja também Jo 3:15-16; 4:14; 6:54; 10:28; Rm 5:21; 6:23; 2Co 13:14; Ef 2:18; 2Tm 1:9; 1Pe 5:10; Jd 21.
[3] “Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade”. (Cl 2:9). Veja também Jo 10:30; Rm 9:5; 1Tm 3:16; 1Pe 3:18.
[4] “Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus”. (Mt 16:16-17). Veja também Lc 1:35, 43; Jo 1:1, 3; 8:58; 17:5; At 20:28; Rm 1:3; 4:1; 9:5; 2Co 8:9; Cl 2:9; 1Tm 3:16; 1Pe 3:18; Jd 1:4; Ap 1:8, 17; 22:13.
[5] ““Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana.” (Fp 2:5-7).Veja também Mt 9:10; 16:16; 19:28; Jo 1:1; 11:27, 35; 20:28; Rm 1:3-4; 9:5; Ef 1:20-22; Cl 1:16-17; 2:9-10; 1Tm 3:16; Hb 1:3, 8-9; 1Pe 3:18; 2 Pe 1:1.
[6] “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele”. (Cl 1:15-16). Veja também Rm 8:29; 2Co 4:4-6; Ef 4:20-24; Hb 1:3-4.
[7] “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados”. (Hb 2:17-18). Veja também Mq 5:2; Lc 2:52; Rm 8:3; Gl 4:4; Fp 2:5-8; Hb 4:15.
[8] “No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria”. (Lc 1:26-27). Veja também Mt 1:23; Lc 1:31, 35; Rm 1:3; Gl 4:4.
[9] “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir. Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação. Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor”. (Rm 5:12-21). Veja também 1Co 15:22, 45-49; Ef 2:14-16.
[10] “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos”. (Rm 5:19). Veja também Mt 3:15; Jo 8:29; 2Co 5:21; Fp 2:8; Hb 5:8.
[11] “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”. (1Tm 2:5). Veja também Jó 33:23-28; Jo 14:6; Hb 9:15; 12:24.
[12] “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus”. (Rm 3:25-26). Veja também Is 53; Rm 5:6, 8, 15; 6:10; 7:4; 8:34; 14:9, 15; 1Co 15:3,14-15; Ef 5.2; 1Ts 5:10; 2Tm 2:11; Hb 2:17; 9:14-15; 10:14; 1Pe 2:24-25; 3:18; 1Jo 2:2; 4:10.
[13] “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”. (2Co 5:21). Veja também Mt 5:20; Rm 3.21-22; 4:11; 5:18; 1Co 1:30; 2Co 9:9; Ef 6:14; Fp 1:11; 3:9; Hb 12:23.
[14] “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Rm 5:1). Veja também Lc 18:14; Rm 3:24; 4:5; 5:10; 8:30; 10:4, 10; 1Co 6:11; 2Co 5:19, 21; Gl 2:16-17; 3:11, 24; 5:4; Ef 1:7; Tt 3:5, 7.
[15] “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras; que apareceu a Cefas, e depois aos doze”. (1Co 15:3-5). Veja também Is 53; Mt 16:21; 26:32; 28:1-10; Jo 21:14; At 1:9-11; 2:25, 32; 3:15, 26; 4:10; 5:30; 10:40; Rm 6:9-10; Ef 4:8-10.
[16] “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. [...] Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15.20, 55). Veja também Rm 5:10; 6:4, 8, 11; 10:9; 1Co 15:23; 2Co 1:9; 4:10-11; Ef 2:6; Cl 2:12; 2Ts 2:13; Hb 2:9, 14; 1Jo 3:14; Ap 14:4; 20:14.
[17] “Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel? Respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria autoridade. Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra." Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: "Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”. (At 1:6-11). Veja também Lc 24:50-53; At 1:22; 2:33-35; Ef 4:8-10; 1Tm 3:16.
[18] “E sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja” (Ef 1:22). Veja também At 24.50-53; 1Co 11.3-5; Ef 4:15; 5:23; Cl 1:18.
[19] “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles”. (Hb 1:1-4). Veja também Lc 1:33; Jo 1:1-14; At 3:22; Cl 1:15; Hb 5:5-6.
[20] “Agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também as vossas autoridades; mas Deus, assim, cumpriu o que dantes anunciara por boca de todos os profetas: que o seu Cristo havia de padecer. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade. Disse, na verdade, Moisés: O Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser”. (At 3:17-22). Veja também Mt 20:17; 24:3; 26:31, 34, 64; Mc 1:14-15; Lc 4:18-19, 21; Jo 13:36; 21:22; 1Co 1:20; Hb 1:2; Ap 19:10.
[21] “Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”. (Hb 9:24-28). Veja também Jo 1:36; 19:28-30; At 8:32; 1Co 5:7; Hb 2:17-18; 4:14-16; 7:25; 10:12, 26; 1Pe 1:19; Ap 5:6, 8, 12-13; 6:1, 16; 7:9-10, 14, 17; 8:1; 12:11; 13:8, 11; 15:3.
[22] “Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés”. (1Co 15:25). Veja também Sl 110; Mt 28:18-20; Lc 1:32; 2:11; At 2:25, 29, 34; 4:25; 13:22, 34, 36; 15:16; Rm 1:3; 2Tm 2:8; Hb 4:7; Ap 3:7; 5:5; 22:16.
[23] “E nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos”. (At 10:42). Veja também Jo 12:48; 14:3; At 7:7; 17:31; 2Tm 4:1, 8.
[24] “Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes. Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça”. (Mt 13:41-43). Veja também Is 25:6-9; 65:17-25; 66:21-23; Dn 7:13-14; Mt 5:29-30; 10:28; 18:8-9; Mc 9:42-49; Lc 1:33; 12:5; Jo 18:36; Cl 1:13-14; 2Ts 1:5-10; 2Tm 4:1, 18; Hb 12:28; 2Pe 1:11; 2:4; Ap 20:15.
[25] “E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”. (1Co 15:24–28). Veja também Is 65:17; 66:22; Fp 2:9–11; 2Pe 3:13; 1Jo 3:2-3; Ap 21:1–5; 22:1–5.